Se compreendessem o quão doloroso é acordar sem querer levantar, vestir-se de uma alma aparentemente feliz. Ninguém pode entender a minha dor se não eu mesma, quando a esperança vai embora e não vejo contingência de conseguir sair desse eterno poço que estou imersa, não vejo saída, não tenho forças para enfrentar, cansei. Venho tendo crises depressivas. Ninguém se importa, ou não notam. Não sei pedir socorro com todas as letras, digo disfarçado, querendo que alguém entenda. Não consigo sozinha, porém me encontro mais só do que nunca. Minha dor é silenciosa, não grita, não chora e não esperneia, mas dói, como nada doeu antes. É se sentir triste todos os dias, sem nenhum motivo ou talvez até, por várias, tantos que nem é possível contar nos dedos. Não acredito mais no amor ou qualquer outro sentimento que um ser humano possa sentir pelo outro. O tempo destruiu meus sonhos, e a mim. Não sou mais eu, me perdi em mim. Não me reconheço. Tenho alguém querendo ser livre e berrando dentro de mim, minha alma quer se libertar. Não consigo, não creio, não choro mais, quando tinha dor costumava chorar para dela se libertar, hoje não tenho mais lagrimas, secaram. Essa enorme vontade de sair gritando pela rua, ser livre, ser eu, voltar a mim. Mas na metade do caminho desisto, me sinto culpada. Todo dia é igual, as coisas se repetem, parece que estou vivendo o mesmo dia a meses, não suporto rotina, não sei acordar e dormir no mesmo horário todos os dias. E é isso que destrói o ser humano. A dias que nada é bom, o que antes me causava euforia de tanta felicidade, hoje é indiferente. Estou perdida em mim, não consigo me achar, ninguém ouve meus berros, estou só. Eu escrevo porque ninguém me ouve.