Depressão
Para a maioria das pessoas, os episódios depressivos são relacionados a algum acontecimento adverso, como a morte de uma pessoa próxima, a perda de um emprego, a falta temporária de perspectivas, o sofrimento com doenças crônicas, etc. São as chamadas depressões ocasionais, ou situacionais, e geralmente se corrigem sozinhas, com o tempo; ou com uma psicoterapia de apoio. Entretanto, algumas pessoas têm depressões graves, verdadeiros distúrbios mentais, altamente debilitantes. Para essas pessoas, a depressão é um fardo pesado, que causa um enorme sofrimento, uma grande diminuição da auto-estima, do otimismo e da vontade de viver. Os estudos mostram que entre 2,5 % a 6 % da população pode sofrer depressões deste tipo.
Os psiquiatras sabem hoje, que o fator biológico é muito importante na origem deste tipo de depressão grave, tendo sido detectadas numerosas alterações na bioquímica e até na anatomia do cérebro. Usando técnicas sofisticadas de obtenção de imagens do cérebro, os pesquisadores são capazes praticamente de medir quantidades de determinadas substâncias químicas liberadas pelas nossas células cerebrais, chamadas de neurotransmissores. Esses estudos mostraram que os deprimidos graves tem um grande déficit de um neurotransmissor chamado serotonina, que está envolvido no controle das emoções.
Como a depressão se manifesta
Do ponto de vista clínico seria extremamente fácil e cômodo se a depressão fosse caracterizada, exclusivamente, por um rebaixamento do humor com manifestação de tristeza, choro, abatimento moral, desinteresse, e tudo aquilo que todos sabemos que uma pessoa deprimida apresenta. Desta forma até o amigo íntimo, o vizinho ou o dono do bar da esquina poderiam diagnosticá-la. A parte mais difícil e trabalhosa da psiquiatria está no diagnóstico dos muitos casos de depressão atípica, incaracterística ou mascaradas, bem como, perceber traços depressivos em outras patologias emocionais, como por exemplo, nos casos de