Depressao
Tal quadro clínico teve início em 2008, quando sua mulher, com quem foi casado por seis anos, faleceu de distrofia muscular progressiva.
Desde então, L.A.F passou a ter dificuldades no trabalho. Assistir às aulas e focar atenção nos estudos era outro grande tormento: " Doutor, não consigo mais fazer nada do que fazia antes. Minha vida está uma porcaria. É isso que devo ser mesmo, uma grande porcaria."
As dificuldades em dormir à noite e o pouco apetite passaram a ser uma constante em sua vida.
No entanto, o que mais chamava atenção era seu isolamento: "Passei a não fazer mais nada. Eu, quando não estava dormindo, ficava com meu filho. Ficar com ele me fazia lembrar um pouco a minha esposa".
Exceto pelo filho, L.A.F diz estar sem vontade de continuar a viver e sente-se injustiçado por Deus e sozinho pela falta de apoio dos colegas de trabalho e da sua família.
Paciente procurou a psicóloga do curso universitário com queixas de dificuldades nos estudos e tristeza, e foi encaminhado ao Programa de Prevenção de Suicídio.
História pessoal:
Natural do Rio de Janeiro, L.A.F é o filho mais velho de uma prole de cinco filhos.
Apresentou desenvolvimento tanto psicomotor como cognitivo dentro dos padrões de normalidade.
Foi criado apenas pela sua mãe e não teve contato com seu pai,diz que durante sua infância sempre se sentiu sozinho,sua mãe e seus irmãos não davam muito atenção a ele.
Estudou no Colégio Naval e "não tive grandes amigos com quem poderia contar''.
Conta que na sua formatura não compareceu ninguém da sua família. Ele disse que este momento não significou nada para eles, apesar dele ser o único filho a ter completado o segundo grau.
L.A.F comenta que sempre foi um sujeito tímido e reservado, não teve muitos amigos durante a sua infância e a sua adolescência, não mantendo um bom relacionamento