depois daquela viagem
A coragem e sua luta da autora, Valéria Polizzi, acabaram por torná-la um símbolo de sobrevivência para os portadores do temido vírus HIV. O livro é uma auto-biografia da autora, que aos 16 anos contraiu o vírus. Lançou-o em 1999, quando estava com 23 anos, após a insistência dos amigos que pediam para que ela contasse sua história, seus sofrimentos, mas também suas vitórias.
Em forma de diário, em tom coloquial próprio dos jovens, Valéria relata com bom humor e descontração as suas vivências com os amigos, os namoros, o despertar da sexualidade, a angústia diante dos exames e muitas outras coisas que atormentam qualquer adolescente.
O livro é o testemunho vivaz de uma adolescente com sólida formação educacional e familiar que por um desses descuidos cuja razão jamais se alcançará completamente, mantém uma relação sexual sem a utilização do preservativo.
Na obra, ela mostra como, de repente, por causa da quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe, sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e com seus sentimentos.
Depois daquela viagem é um livro triste e alegre, tocante e verdadeiro, um testemunho da coragem e da determinação de levar adiante a vida, apesar da AIDS.
Como numa conversa entre amigos, o leitor tem a oportunidade de partilhar com Valéria a angústia de compreender que ela está com AIDS, um dos males mais comentados a partir da década passada. Ao mesmo tempo, Depois daquela viagem propicia uma verdadeira imersão cultural no cotidiano e na alma dos jovens de sua época.
O livro começa no ano de 1986 onde todos acreditavam que o vírus da AIDS só infectava homossexuais, que havia pouca informação de como evitar a infecção e também havia um grande preconceito com quem era infectado pela doença. Na época não havia remédio para evitar que os sintomas aumentassem. Só a partir de 1990 é que descobriram como diminuir os sintomas. O livro termina em 1994 com a doença no