Dengue
Laura Massunari
“No imaginário coletivo (...), prevalece a percepção da diferença como atributo negativo do sujeito, responsável solitário por seus infortúnios”. (p. 101)
“Imagina-se, erroneamente, que pessoas portadoras de deficiência são incapazes e pouco produtivas, usuárias eternas de serviços assistenciais”. (p. 102)
“(...) as pessoas com deficiência são percebidas diferentemente, com maior ou menor ênfase em suas incapacidades. Seus direitos de proteção social (...) costumam ser violados, aumentando-lhes as barreiras, engendrando-se mais representações sociais depreciativas de suas capacidades, num verdadeiro círculo vicioso.” (p. 103)
“Necessidades especiais podem ser consideradas como as exigências de um indivíduo, em decorrência da falta ou da privação das condições orgânicas ou psicológicas, estruturais ou funcionais, que se manifestam no cotidiano.” (p. 105)
“As necessidades especiais serão tão mais intensas e duradouras quanto maiores forem as barreiras físicas, econômicas e atitudinais para satisfazê-las.” (p. 106)
“(...) a identificação de necessidades especiais de pessoas ou de grupos impõe um recorte biológico, psico0lógico e social, não só para identificar a natureza das necessidades, bem como para estabelecer as condições de sua satisfação.” (p. 106)
“Criou-se, no imaginário coletivo dos educadores, a ideia de que há uma relação biunívoca entre necessidades educacionais especiais e deficiência, de tal modo que se incluem na condição de deficientes todos aqueles que apresentam necessidades educacionais...” (p. 106)
A autora inicia o artigo ao atestar que as diferenças (econômica, social, cultural, geográfica, corporal) existem e não podem ser negadas. A deficiência (física, sensorial ou intelectual), por esta razão, seria uma diferença fácil de atestar. Até aqui, nos localizamos no âmbito do aspecto biológico da diferença, sem juízos