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AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DE TEXTO:SUJEITO(AUTOR/LEITOR)O CONTEXTO( IMEDIATO/HITOROCO0E O SENTIDO.
Partimos da consideração de que o texto escrito, como objeto de interpretação, não é uma unidade fechada e, muito menos, um produto acabado, mas um trabalho lingüístico e discursivo, processado por um enunciador num jogo que envolve escolhas, negociações de sentido e re-elaborações. Desse modo, entendemos que o ato de redigir um texto leva o autor a deixar marcas discursivas inscritas em sua materialidade para serem interpretadas pelo “outro” leitor. Neste artigo, nosso objetivo é lançar um olhar investigativo sobre textos produzidos, em situação escolar, para tentar vislumbrar como atua o aluno-autor ao agenciar saberes na ação de produzir a materialidade discursiva e, num segundo gesto, reler e reescrever seu produto. Nossa reflexão recai sobre a noção de autoria para sondar os procedimentos de escrita e de reescrita, processados por estudantes da última série do Ensino Médio.
Esses jovens, ao realizarem o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em alta percentagem, têm sido avaliados como fracos nas habilidades de produção textual. Outros pesquisadores como Lemos (1983), Britto (1985), Geraldi (1985 e 1986) e Barros (2002) ecoam a crítica de que os textos escolares apresentam circularidade de raciocínio e abuso do lugar-comum.
Sentimos a necessidade de tentar interpretar como o texto do estudante organiza sua discursividade.
O aluno, na posição de autor, vislumbra seu interlocutor-leitor? O aluno-autor consegue alçar-se ao lugar de leitor de seu próprio texto? A troca de papéis entre autor e leitor permite alterações positivas na reescrita?
Para tanto, tomamos como linha teórica a Análise do Discurso originada na França a partir de concepções delineadas por Bakhtin, Pêcheux e Foucault. Em Bakhtin (1995 e 2000), fomos buscar os conceitos de língua como o lugar da ideologia, do