Demonstrações financeiras
Primeira Parte
Acredita-se que o bom senso seja a forma correta que temos de julgar e diferenciar o que é verdadeiro ou falso. Essa variedade de opiniões não se dá por existirem pessoas mais racionais que outras e sim o caminho pelo qual levamos nossos pensamentos. Não basta ter o espírito bom, o que importa é como iremos aplicá-lo. A razão ou o senso é a única coisa que nos diferencia dos animais.
Contudo sentiu-se feliz por ter encontrado um método que possa aumentar de forma progressiva o conhecimento e elevá-lo até o fim da vida. Claro que podem ocorrer equívocos e sabe-se também que a opinião de amigos é suspeita já que estão ao nosso favor, portanto sua vontade não era ensinar como cada, um deve conduzir sua razão e sim a forma com que conduz a vida dele.
Desde criança percebeu que só poderia adquirir um conhecimento claro e seguro através das letras, por isso veio o desejo de aprendê-las. Depois que terminou seus estudos mudou de ideia, pois tinha tantas dúvidas e tantos erros que parecia até que não aprendera nada, descobria cada vez mais a ignorância, ou seja, ninguém sabe de tudo e que vivemos num aprendizado constante.
A escola em que estudara era uma das mais renomadas da Europa, onde pensou encontrar os homens mais sábios, se é que existiam em algum lugar. Aprendera tudo que os outros aprendiam, mas sabia o que pensavam a seu respeito, e mesmo assim não se sentia inferior a nenhum colega, mesmo já havendo entre eles alguns já destinados a ocupar os lugares de mestres.
Enfim, o século parecia muito produtivo e foi por esse motivo que o levou a tomar a liberdade de julgar os outros e de pensar de maneira diferente, não somente como os outros queriam que pensasse, não como antes o haviam feito presumir.
Mesmo assim não deixou de apreciar os exercícios feitos na escola, as línguas aprendidas, gentileza das fábulas, leitura de bons livros, poesias, enfim, tudo isso ajuda a formar o juízo.
E percebeu que existiam coisas tão