Democracia
No entanto, o substantivo adquiriu diferentes utilizações ao longo das épocas históricas e nem sempre associado à política. Consoante Mezzaroba (2004) na Antigüidade Clássica, mais especificamente em Roma, o Imperador era considerado pelos glosadores aquele que agia pelo povo. Já a partir da Idade Média a palavra é revestida de significados místicos: tem-se na figura do Papa a representação de Cristo reencarnado e dos apóstolos as figuras dos cardeais. Ademais, na Inglaterra, as convocações reais de representantes das variadas localidades a fim de aprovarem impostos trouxeram o reconhecimento gradual de que esses cavaleiros perseguiam o interesse de toda nação e compunham o Parlamento.
Atravessando alguns séculos, segue-se que o progresso da representação acompanha os modelos ideológicos de pensadores iluministas como Hobbes, Locke e Montesquieu, que desembocam em construções contemporâneas baseadas no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Estas criam a necessidade de uma nova postura tanto do cidadão quanto de seu representante, uma vez que surgem meios de interação e transparência até então desconhecidos os quais fornecem a possível ruptura da passividade que o cidadão adquiriu na representação liberal. O caráter ativo no século XXI é desempenhado em escalas diferentes, podendo ser embrionário nos primeiros níveis da democracia eletrônica3 ou então culminar com mecanismos que permitam a tomada de opinião e consulta popular