O demagogo, na sua expressão grega primitiva era apenas o chefe ou “condutor do povo”, sem qualquer sentido pejorativo, servindo para qualificar os chefes políticos, como Sólon ou Demóstenes. A palavra sofre uma evolução semântica e já em Platão (Politeia, livro V), o demagogo é qualificado como o animal que chama boa à s coisas que lhe agradam e más à s coisas que ele detesta. Do mesmo modo em Aristóteles (Política, livro V), onde se acentua que o demagogo utiliza a lisonja e os artifícios oratórios. A partir do século XIX a demagogia passa a ser considerada uma degenerescência da política, correspondendo à definição dada por Bertrand de Jouvenel, a arte de conduzir habilmente as pessoas ao objectivo desejado, utilizando os seus conceitos de bem, mesmo quando lhe são contrários. Max Weber utilizando um conceito amplo de demagogo, que inclui o jornalista, defere que na política contemporânea o demagogo substitui o púlpito. Com efeito, na democracia de massa, os chefes políticos utilizam algo que vai além da persuasão e que se inclui na zona do artifício e da manha, gerando-se um populismo que também chegou a ser utilizado pelos instauradores de regimes autoritários e totalitários, mas que também funciona na propaganda democrática, no âmbito da chamada personalização do poder. Como assinala Max Weber,"desde que apareceu o Estado Constitucional e , mais completamente, desde que foi instaurada a democracia, o demagogo é a figura típica do chefe político no Ocidente". Uma demagogia que, depois de se transmitir pela palavra impressa e através dos jornalistas,passou para a rádio e para a televisão.