Definição de Senso Comum
É necessário definir senso comum para posteriormente dissociá-lo da sociologia como ciência, se é que isso é possível. É um conjunto de informações não sistematizadas que apreendemos por processos informais e, às vezes, inconscientes, o que inclui um conjunto de valorações. Esse conhecimento surge como consequência da necessidade de resolver problemas imediatos que aparecem da vida prática em decorrência direta com os fatos e fenômenos cotidianos percebidos através das percepções sensoriais. Não é programado antecipadamente, mas espontânea e instintivamente. Contudo, quando busca informações e elabora soluções para os problemas imediatos, não especifica razões ou fundamentos teóricos para justificar seu uso, formando sempre respostas superficiais. Essas respostas, pelo fato de darem certo, transformam-se em convicções e são passadas de forma oral atravessando gerações. O senso comum é incapaz de se submeter a uma crítica sistemática e científica, e seu conhecimento é baseado em termos e conceitos vagos. Portanto, o conhecimento científico surge da necessidade do homem compreender a cadeia de relações que há por trás desse conhecimento espontâneo, buscando sempre um método rigoroso para utilizar esses dados empíricos mais organizadamente, de forma a estabelecer relações mais seguras entre as variáveis. Naturalmente, a sociologia como ciência que estuda o ser e os fenômenos sociais precisa fazer essa distinção e apresentar um discurso científico para o conhecimento do mundo social. O cientista, ou sociólogo, deve ter a mente aberta e saber diferenciar o objetivo do subjetivismo. Ainda que este influencie no fato, não pode influenciar o observador. Contudo, a imparcialidade não toma posse do sociólogo, este sempre será influenciado por uma ideologia, por sua formação, enfim, por elementos culturais. Mas espera-se que ele consiga apartar-se das suas peculiaridades e adote pressupostos ligados aos interesses coletivos.