DEFESA DO PORTO DE LISBOA – Ontem e Hoje
IMPORTÂNCIA GEO-ESTRATÉGICA DO PORTO DE LISBOA
Em qualquer país a condução da política e da estratégia não são tarefas simples nem lineares. No caso do Estado português deve-se ao mar uma importância histórica e um papel determinante na sua formação e evolução. Portugal surgiu num contexto em que a Península Ibérica constituía uma posição de extrema importância na defesa do flanco ocidental da Europa, garantindo segurança à navegação entre o Mediterrâneo e o Atlântico Norte. E aqui se destacou de forma notável e privilegiada o porto de Lisboa, no estuário tranquilo do Tejo, com facilidades proporcionadas em ambas as margens.
Ao analisar a defesa deste porto costeiro é aconselhável reflectir no conjunto de vectores que foram os elementos fundamentais para a protecção do litoral ao longo dos tempos. O seu conhecimento permitiu estabelecer as bases dos conceitos de defesa que, obrigatoriamente, viriam a sofrer notáveis transformações com a evolução empreendida pelo progresso das ciências e subsequentes doutrinas militares. Podemos então considerar associados os seguintes cinco vectores: o Homem que desde as épocas mais remotas sentiu a necessidade de defender-se; que usou sempre o terreno em seu favor tendo construído fortificações em pontos estratégicos da costa; que se apoiou nos navios, como componente naval com a missão táctica de defesa móvel; conseguindo com a artilharia aplicar o combate em profundidade; e finalmente com o meio aéreo que em conjunto com electrónica, lhe permitiram a vigilância a grandes distâncias ganhando tempo, a qualquer hora do dia, ou da noite, sob quaisquer condições atmosféricas.
O CONTEXTO HISTÓRICO DA DEFESA DO PORTO DE LISBOA
Em Portugal, durante toda a Idade Média, desde o tempo da ocupação moura, os castelos de Sintra e Palmela tinham a função