Defensoria dos Exploradores de Cavernas
Com toda essa calorosa discussão que o caso dos exploradores de caverna proporcionou ainda restam alguns questionamentos a serem trabalhados.
Acredito que a única forma de compreendermos essa situação é nos colocando no lugar desses quatro homens. Será que se eu ou você estivéssemos presos naquela caverna por 20 dias já sem nenhum alimento e sem nenhuma previsão de quando sairíamos de lá, talvez não fossemos capazes agir da mesma maneira? Será que a fome não nos atingiria em tal intensidade que seríamos capazes de matar para comer?
Vamos exercitar nosso intelecto e tentar imaginar a seguinte situação: você está em um navio em alto mar durante uma forte tempestade e, por infortúnio do destino, sua embarcação começa a naufragar. Por sorte, você consegue sair da sua cabine e evita afundar junto com o navio. Já em alto mar, enquanto você luta para se manter vivo e não sucumbir ao cansaço, você se depara com dezenas de corpos flutuando na superfície da água, embalados somente pelo movimento das ondas. Após alguns segundos de choque você enxerga a mais ou menos dez metros de você um colete salva-vidas. Porém, você não foi o único a vê-lo. Enquanto você raciocina o que fazer, o outro sobrevivente já nada desesperadamente rumo ao colete e contra a forte correnteza sabendo que essa é a sua única chance de sobreviver.
Movido pela sensação de pavor que lhe toma você também nada em direção ao colete, mas ao chegar lá já é tarde demais, o homem já o alcançou e já está colocando-o. Após alguns segundos de choque, onde você compreende que sem o colete suas esperanças de salvação são mínimas, a única opção que você enxerga para salvar sua vida é lutar com aquele homem pelo colete. E você sabe que naquela situação, é matar ou morrer.
Sem pensar em princípios éticos, morais, em toda educação sólida que sua família lhe ofereceu e mesmo sabendo que matar um ser humano é o pior dos crimes que um homem pode cometer contra outro, você se