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Na Quinta-feira, 28 de Outubro de 2011, os valores das acções europeias subiram em flecha. Grandes instituições bancárias como o Societé Générale (+22.54%), o BNP Paribas (+19.92%), o Commerzbank (+16.49%) ou o Deutsch Bank (+ 15.35%) registaram ganhos diários fantásticos. O que aconteceu?
Os bancos de hoje em dia não são instituições de mercado livre. Pelo contrário, elas vivem em simbiose com os governos que financiam. A sobrevivência de muitos bancos depende de privilégios e intervenções estatais. Essas intervenções explicam os estranhos ganhos registados pelo sector bancário. Na Quarta-feira à noite, uma cimeira da União Europeia tinha limitado em 50% as perdas que os bancos sofrerão por terem financiado a irresponsabilidade do governo grego. Para além disso, a cimeira mostrou que a elite política europeia está disposta a tudo para salvar a moeda única e resgatar a Grécia e outros países da periferia europeia. Todos os que recebem dinheiro do Governo Grego têm algo a ganhar com o resgate: funcionários públicos gregos, pensionistas, desempregados, sectores subsidiados, bancos gregos – e também, claro, a banca franco-alemã.
Os políticos europeus desejam assegurar a sobrevivência do euro. Para isso, acham não haver outro caminho que não o de resgatar governos irresponsáveis com o dinheiro dos contribuintes. Os bancos são os principais financiadores desses governos. Por isso, as suas acções registaram ganhos maciços.
A loucura despesista entra num círculo vicioso. Os bancos financiaram governos irresponsáveis como o da Grécia. Agora, o governo grego regista um default (inadimplência) parcial. Como consequência, os governos europeus têm resgatado bancos, ou directamente, ou através da ajuda que têm oferecido à Grécia. Os bancos podem, assim, continuar a financiar os governos (através de empréstimos ao governo grego e a outros). Mas quem terá, realmente, de pagar esta confusão? Sobre quem, afinal, recairá essa