De Inocente a orfão
A inocência é uma fase natural da infância, mas quando se estende até a vida adulta exige uma boa dose de negação e narcisismo, onde os inocentes que se defrontam com a necessidade de abrir seus próprios caminhos, sentem-se abandonados, traídos, pois não entendem que essa queda é algo próspero. Portanto, o inocente vive anterior à queda, e quando a mesma ocorre, assume um papel de desilusão, tanto política, como religiosa e pessoal e é nessa fase que tornam-se órfãos.
O órfão é um idealista desiludido, é um momento pós queda, onde o mundo é considerado muito difícil e perigoso e por ser uma fase muito dolorosa, muitas pessoas com o intuito de fugir dela, acabam recorrendo a medidas alternativas, como o uso de drogas, álcool consumismo, etc. Normalmente os órfãos anseiam pela volta do estágio anterior a queda, ou seja da inocência e acabam procurando pessoas que os protejam, que cuidem deles, renunciando assim, a sua independência e autonomia, pois desconfiam de suas capacidades.
Os órfãos necessitam aprender a pedir ajuda, porém, não adianta dizer ao órfão que ele precisa pedir ajuda, é necessário que ele realmente acredite nisso. A primeira pessoa vez que o órfão conhece alguém disposto a amá-los e ajudá-los, eles consideram essa pessoa única e prefere a morte do que ter que abandoná-las, mesmo quando o relacionamento torna-se destrutivo.
O Órfão e o inocente são arquétipos pré-heróicos, onde a vida irá de qualquer maneira libertar os inocentes das ilusões, porém os órfãos, precisam realmente de ajuda para a atravessar a porta e iniciar sua jornada heroica. Para se libertaram os órfãos precisam reconhecer que a queda, de alguma maneira, é culpa deles e então ultrapassar essas noções