Da geopolítica clássica à geopolítica pós-moderna: entre a ruptura e a continuidade
L ´histoire de ce mot n´est pas simple pas plus que son champ sémantique qui tend à s´élargir: aujoud´hui on parle de géopolitique a propos de la multiplication [...] de problèmes aussi diverses que l´appartion de nouveaux États, le tracé de leurs frontières, leurs conflits territoriaux, l´expansion de certaines ideologies politiques et religieuses comme l´islamisme, ou les revendications de peuples qui veulent être indépendents; mais on parle aussi de géopolitique, et de plus en plus, depuis quelques années, a propos de problèmes politiques au sein d´un même État [...] Il est tentat de considerer qu´il s´agit d´un phénomène de mode.
Yves Lacoste (1993 [1995]: 7) 1. A Geopolítica como disciplina académico-científica e saber prático tem múltiplas histórias relevantes, simultaneamente paralelas e concorrenciais, estando longe de ser um campo do conhecimento unitário, ao contrário do que a palavra usada no singular sugere. Face a esta multiplicidade de abordagens propomo-nos, como primeiro objectivo deste artigo, passar em revista os traços fundamentais da(s) histórias Geopolítica(s) alemã e britânica da primeira metade do século XX, pelo seu maior impacto sobre este campo do conhecimento. Como segundo objectivo propomo-nos analisar em que medida a Geopolítica da primeira metade do século XX (a Geopolítica clássica), que neste artigo designamos também por «primeira vaga» da Geopolítica, foi de facto «morta» ou continua a influênciar, de uma maneira directa ou indirecta, o pensamento ocidental sobre as Relações Internacionais no mundo do século XXI. E, como terceiro e último objectivo, vamos ainda tentar avaliar até que ponto o interesse acrescido que, a partir dos anos 70 do século XX, surgiu relativamente a este campo do conhecimento e gerou aquilo que designamos por «segunda vaga» da Geopolítica (nome sob o qual agrupamos uma pluralidade de abordagens, entre as quais a