Da dor crônica ao bem viver: um olhar multiprofissional à promoção de saúde mental e ao cuidado psicossocial
Hoje há uma proposta de trabalho interdisciplinar pensando a indissociabilidade biopsicossocial, como forma de garantir a integralidade no cuidado e a cidadania.
Pensar em Saúde Mental é reconhecer as patologias, mas também os cuidados que se deve ter com as pressões cotidianas vivenciadas que colocam em risco a nossa saúde, sendo assim, faz-se necessário intervir no espaço social para prevenir o sofrimento psíquico.
Nesse sentido o trabalho multiprofissional possibilita a integração de saberes no enfrentamento desta demanda. A inserção no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da UFSCar, através do eixo de competências em ações coletivas possibilita ao residente a interação com a comunidade na formulação de grupos.
Foi diagnosticado pela territorialização (ferramenta) na comunidade um expressivo número de usuários que sofriam e sofrem dores crônicas que mesmo com acompanhamento e tratamento não estavam ‘livres’ da dor, dos sentimentos e pensamentos gerados por ela.
Refletindo sobre essa demanda a Unidade Saúde da Família (USF) criou um grupo destinado a esses usuários, inicialmente chamado de Grupo da Dor Crônica. Após as atividades desenvolvidas pelos profissionais da USF: enfermeiros, agentes de saúde e dentistas; de apoio matricial: assistente social, educador físico, fisioterapeuta, psicólogo, passou a ser nomeado Grupo Bem Viver.
Isso só foi possível através da mudança da lógica de cuidado, na intervenção profissional e no entendimento dos próprios usuários em perceber que a medicalização supre somente os sintomas, sem alterar suas condições de vida e construções simbólicas.
Nesse sentido o grupo proporciona aos usuários o desenvolvimento de sua capacidade de transformar normas, instituir novas