Da dissolução à confederação: o absolutistmo e o anseio de liberdade no império do brasil
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Da dissolução à Confederação:O absolutismo e o anseio de liberdade no Império do Brasil
Muitas são as circunstâncias que justificam a idealização e a instituição da Confederação do Equador na primeira metade do século XIX. Faz parte deste “cipoal de incidentes”, não secundários, mas relevantes, diversos conflitos oriundos das divergências ideológicas, das posições políticas, das expectativas parcamente vislumbradas do fim do Antigo Regime e das incertezas nutridas nas contradições deste novo sistema. Simples ramo desse cipoal, a dissolução da Assembleia Constituinte não se constitui estopim ou tampouco pedra-angular da proclamação da Confederação. Entretanto fez com que se tornasse altamente questionável o discurso libertário do Imperador, sobretudo para as distantes províncias do norte que já partilhavam dissenções com a capital independente, solidificando, desta forma, seus argumentos em defesa do governo autonomista. A Revolução do Porto em 1820 foi o ponto inicial da derrocada do Antigo Regime. Propunha uma reformulação política fundada em princípios liberais e as informações sobre seus desdobramentos logo se difundiram no reino do Brasil. Essa perspectiva da possibilidade de instauração de um novo governo, regido por uma constituição e não mais despótico, logo surtiu efeito nas províncias do Norte: já no início da década as Províncias do Pará e da Bahia aderiram ao movimento. A reação do Rio de Janeiro a esses acontecimentos foi exigir a submissão de D. João VI às Cortes portuguesas, assim como exigia que elegesse representantes fluminenses para compô-las, que nomeasse um novo ministério e que a Família Real voltasse para Lisboa. Assim foram eleitas Juntas Provisórias para representar os interesses das províncias na Casa Legislativa em Lisboa, instituição esta à qual estavam sujeitas as províncias, mesmo sem haver ainda regulamentação para esse governo. Todavia D. Pedro I permanecera no Rio de Janeiro:
“Ficavam funcionando, em terras brasileiras,