Células tronco

Como surgiu a idéia da utilização das células tronco?

As raízes históricas para a utilização das Células Tronco se encontram na segunda metade do século XIX, de acordo com Schramm (2003), quando surgiram a teoria genética de Mendel e a teoria da evolução de Darwin. Mas, somente após a descoberta da estrutura do DNA por Watson e Crick (1953), e a aplicação prática pela engenharia genética dos anos 80 que se criam condições para que a forma de fazer racionalmente e tecnicamente dos engenheiros não se limitasse somente aos objetos físicos e químicos, mas que também fosse aplicado aos organismos biológicos, afim de reprogamá-los para melhoria do bem estar humano. O constante surgimento de inovações no campo da Genética Médica envolvendo o mapeamento do genoma, a clonagem de mamíferos, a possibilidade de intervenção sobre embriões e a reprodução humana apresentam desdobramentos que levam à um grande debate bioético, representando uma grave ameaça à privacidade individual. Uma produção de conhecimento e tecnologia com tal alcance, que comporta uma importante instrumentalização do corpo e da vida dos indivíduos, se fizeram acompanhar cada vez mais de perto por uma espécie de vigilância ética. O processo de constituição do campo da bioética enfrenta um grande desafio que é a possibilidade de se criar ou não um lugar institucional para a discussão sobre a abertura da ciência e a ausência de limites de sua aplicação, refletindo-se a respeito de uma biologia sem limites (CORRÊA, 2001). Eis o motivo porque crescem os temores sobre os novos poderes e de recorrentes abusos que a engenharia genética tornaria possíveis e que quase certamente se realizarão, a menos que renunciemos a ela, por consenso ou por lei. Em particular, cresce a suspeita acerca da incapacidade dos humanos em controlar seus efeitos prejudiciais, que seriam cumulativos, irreversíveis e de longo alcance. Dessa forma, o século XXI se projeta como uma época na qual o debate ético