Curiosidades da Internet
Na década de 1960, a transmissão de dados por sinais luminosos em fibras ópticas se tornou uma forte candidata a substituir, gradativamente, os sistemas baseados em fios de cobre nos sistemas de telefonia. Duas limitações, no entanto, impediam o desenvolvimento da tecnologia: as grandes perdas de luz durante a transmissão e o excessivo calor que os lasers geravam.
Enquanto o professor Zeferino Vaz fundava, em 1966, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisadores de diversos países reunidos em empresas e universidades norte-americanas estavam em busca de soluções para o uso da tecnologia, que só foram vencidas, em 1970.
Foi quando a empresa norte-americana Corning fabricou a primeira fibra óptica com baixa perda de luz e, nos Laboratórios Bell, da AT&T, foi desenvolvido um tipo de laser capaz de operar a temperatura ambiente.
Três pesquisadores brasileiros que estavam nos Estados Unidos e acompanharam de perto as descobertas (Rogério Cerqueira, Sérgio Porto e José Ripper Filho) aceitaram o convite de Vaz e retornaram ao Brasil para liderar, na Unicamp, pesquisas na área.
Em 1972, o governo militar brasileiro criou a Telebrás e investiu nos grupos acadêmicos existentes para o desenvolvimento da tecnologia fabricação das fibras. O principal resultado desses investimentos foi obtido em abril de 1977, quando a primeira fibra brasileira foi puxada em uma torre de dois metros de altura do instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp.
“A fibra óptica não foi inventada no Brasil, mas revolucionou os serviços de comunicação no país por ter sido capaz de modificar o mercado ao substituir as tecnologias até então existentes”, disse José Ripper Filho, quem em 1971 era chefe do Departamento de Física Aplicada do IFGW, à Agência FAPERSP.
“Percebemos na hora certa a possibilidade de uma mudança radical nos conceitos das comunicações ópticas no país.