Culturas
Além de velhos problemas não resolvidos, o prolongamento da crise global fez acirrar a competição no mundo
RONALDO D´ERCOLE
Publicado:10/11/12 - 18h00
Atualizado:10/11/12 - 18h00
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SÃO PAULO — Além de velhos problemas não resolvidos, que minam a competitividade da indústria — como custos com logística, infraestrutura e estrutura tributária —, o prolongamento da crise global, que se arrasta desde 2008, fez acirrar a competição no mundo, e o produto nacional hoje tem mais dificuldade de concorrer do que em 2009, quando o setor respondeu com rapidez a estímulos do governo e voltou a crescer.
— O mundo está mais competitivo depois da crise de 2008, e as economias lá fora estão tão fracas que competem agressivamente para vender aqui — diz Rogério César de Souza, do Iedi, lembrando que o Relatório de Inflação do Banco Central de junho mostra que 100% do crescimento do consumo de bens industriais no país foram atendidos por importações.
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, cita uma nova frente de competição a atiçar o inferno astral da indústria nacional: os saltos de competitividade dados nos últimos anos por países vizinhos como o Chile, a Colômbia e o Peru, além dos avanços de outros parceiros latino-americanos do Brasil, como o México.
— Continua sendo verdade que nossos vizinhos da América Latina estão fazendo o dever de casa e crescendo mais por meio de reformas que não fazemos, e se tornando mais atraentes por conta disso — afirma.
Vale lembra ainda o impacto negativo da onda protecionista na Argentina. O país vizinho é grande consumidor de itens produzidos pela indústria brasileira e, ao se fechar, diminui nossa capacidade exportadora:
— Tudo conspira contra a produção industrial do , e o governo se apega a um único setor, que é mais forte e que tem ajudado por conta da sua força no mercado doméstico, o automobilístico.
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