Cultura
A participação do individuo em sua cultura é sempre limitada; nenhuma pessoa é capaz de participar de todos os elementos de sua cultura. Este fato é tão verdadeiro nas sociedades complexas com um alto grau de especialização, quanto nas simples, onde a espacialização refere-se apenas ás determinadas pelas diferenças de sexo e de idade.
É óbvio que a participação de um individuo em sua cultura depende de sua idade. Mas é necessário saber que esta afirmação permite dois tipos de explicação: uma de ordem cronológica e outra estritamente cultural.
Existem limitações que são objetivamente determinadas pela idade: uma criança não está apta para exercer certa atividade própria de adultos, da mesma forma que um velho já não é capaz de realizar algumas tarefas. Estes impedimentos decorrem geralmente da incapacidade do desempenho de funções que dependem da força física ou agilidade, como as referentes à guerra, á caça etc.
Estas e outras questões estão relacionadas com a determinação do limite entre a classe etária, ou seja, como separar objetivamente adolescentes de adultos, sem incorrer em algum tipo de arbitrariedade?
Os grupos tribais utilizam métodos mais evidentes para estabelecer esta distinção: uma moça é considerada adulta logo após a primeira menstruação, podendo a seguir exercer plenamente todos os papeis femininos. Em contrapartida, pode-se afirmar que é evidente que uma jovem de 12 ou 13 anos não está ainda adequadamente socializada para exercer esses papeis numa sociedade complexa. Mas mesmo numa sociedade simples a determinação idêntica para um jovem do sexo masculino não parece ser tão fácil. Provavelmente depende do desempenho individual dos candidatos a um novo status. “Mas qualquer que seja a sociedade, não existe a possibilidade de um individuo dominar todos os aspectos de sua cultura, segundo Marion Levy Jr,” nenhum sistema de socialização é idealmente perfeito, em nenhuma sociedade são todos