cultura
Sergio F. Ferrettiii
Resumo:
DIMENSÕES DA CULTURA: POPULAR, ERUDITA
Debate das relações entre cultura popular, folclore e cultura erudita; destacando o maior prestígio da cultura erudita no passado e as perseguições contra religiões e festas populares.
Analisa o despertar do interesse pela cultura popular, a ação pioneira de Mário de Andrade e comenta o dever de proteção da cultura popular na atualidade.
Palavras-chave: Cultura Popular – Folclore – Cultura Erudita – Mário de Andrade – Perseguições e
Proteção
INTRODUÇÃO:
As relações entre Estado e Cultura, tema desta Mesa Redonda, são equivocadas e contraditórias, pois o Estado relaciona-se com poder, força, ordem, legislação, coerção, controle de recursos financeiros enquanto Cultura relaciona-se com o imaterial, o espiritual, a liberdade de expressão, criatividade e mudança. Por estes e outros motivos suas relações são conflituosas, ambíguas e carregadas de desconfianças, embora reciprocamente desejadas e reclamadas. Estas relações são diferenciadas no campo da cultura de massas, erudita e popular.
No espaço da cultura de massas, de participação predominantemente empresarial, o
Estado é sempre provedor e controlador. Abrange principalmente a imprensa, a TV e as rádios, mantidas na maioria por entidades privadas. A presença do Estado é marcante no que se refere a regulamentação, divulgação e publicidade. Para alguns a cultura de massas é denominada de cultura popular, mas não vamos tratar do tema aqui.
No âmbito da cultura erudita, participada, sobretudo pelas elites, as relações entre
Estado e Cultura talvez sejam mais condescendentes. Abrangem a manutenção de teatros, museus, bibliotecas, ministérios, secretarias e outras instituições ou atividades e enfrentam geralmente carências de verbas e de pessoal qualificado.
No campo da cultura popular, participada majoritariamente pelos grupos dominados, há o risco e a tendência predominante ao