Cultura
Crioulização cultural
Paralela à idéia de “poética da relação”, há também o produtivo contexto da “crioulização”, como também apresentado por Edouard Glissant (1989). Através da crioulização, o intercâmbio de experiências culturais se dá explicitamente, fazendo com que se abandone a idéia de “ser fixo”.
Entretanto, a crioulização não deve ser vista apenas como um processo de glorificação da natureza composta de um povo, vez que nenhum povo foi poupado do processo intercultural (GLISSANT, 1989, p. 140), assim como não é mais legítimo se glorificar as origens, especialmente se feito pelo ângulo racial. Essa prática de crioulização cultural é talvez a que mais tenha se ajustado à delimitação de uma postura de outrização produtiva (CARVALHO, 2003), pois tenta estabelecer um relacionamento intercultural de um modo renovado e igualitário.
Tanto crioulização quanto outrização produtiva são abordagens para se pensar o processo de apropriação e reescritura da memória fragmentada do Caribe Estendido e do contexto pós-colonial como um todo.
Referências
CARVALHO, Isaías Francisco de. Omeros-Walcott: outrização produtiva; uma poética semi-utópica dos encontros culturais. 158 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, 2003.
GLISSANT, Edouard. Caribbean discourse: selected essays. Transl. and introd. J. Michael Dash. Charlottesville and London: University Press of Virginia, 1989, (Caraf Books series).
Publicado em: 22 dezembro, 2010
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Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/2090223-criouliza%C3%A7%C3%A3o-cultural/#ixzz23iplgKOC