Cultura: um conceito antropológico
Segundo Roque o modo como vemos o mundo e o outro é condicionado pela cultura em que vivemos, pois desde a nossa concepção estamos recebendo influências do meio ambiente e social em que estamos inseridos e nessa interação com o meio e com o outro tanto somos influenciados como influenciamos, somos produtores e produtos de uma cultura específica, onde o diferente é quase sempre visto e concebido de modo pejorativo, onde demonstramos muitas vezes em modos e atitudes um caráter da pseudo inferioridade deste diferente.
E estas diferenças se desvelam em todas as dimensões do agir e pensar do ser humano, desde as situações mais simples e corriqueiras da vida, situações estas comuns e indispensáveis à sobrevivência de qualquer ser humano, como hábitos e modos de sorrir, alimentar, vestir, nascer, se relacionar pessoal e socialmente, entre outros, são aspectos condicionados por padrões culturais, visto que todo homem é dotado de um mesmo “equipamento anatômico” cujo uso não é determinado geneticamente, mas pelo aprendizado adquirido de uma herança cultural do grupo ao qual pertence.
Vale ressaltar que estas diferenças entre os modos de ver e viver o e no mundo traz consequências negativas para um convívio social harmônico, uma destas consequências é o etnocentrismo, quando a cultura do outro é vista e julgada a partir de preceitos próprios e específicos de sua cultura, logo, denotando a estas, características negativas, absurdas e anormais elegendo a sua cultura como aquela “normal” e que deve servir de parâmetro para todas as outras.
O autor destaca que a cultura interfere também no plano biológico. Como exemplo ele coloca as doenças psicossomáticas e as proibições alimentares que nada tem a ver com a possibilidade de causarem malefícios, mas por uma imposição de costumes arraigados no senso comum sem nenhuma comprovação cientifica que embase tal proibição, como exemplo o autor ressalta também as curas