cultura religiosa
Relações sociais de gênero: um direito e uma categoria de análise
A constituição das relações de gênero está diretamente ligada à ampliação do direito das mulheres e à crítica ao determinismo biológico como base das diferenças entre homens e mulheres.
Contra a divisão de tarefas do cuidado da vida sendo atribuídas à mulher e as do prover, ao homem, contra a polarização entre homens e mulheres, como se todos fossem iguais sempre, esses conceitos, construidos historicamente, precisam ser revistos.
A professora definiu a questão de gênero como sendo o “elemento constitutivo de relações sociais sobre as diferenças percebidas entre os sexos” ” primeiro modo de dar significado às relações de poder”. (SCOTT,1990)
A preocupação tem a ver com as relações de poder. em que há a dominação do homem sobre a mulher. A educadora ressaltou o pensamento de Bourdieu: ” Caráter social e relacional – Relações de poder – Estar atenta para os processos responsáveis pela transformação da história em natureza, do arbitrário cultural em natural” (BOURDIEU, 2002)
A feminilidade associado à estética, o cuidado e a sensibilidade: o conceito de gênero está aí justamente para balançar todo e qualquer sentido sobre feminino e masculino.
É fato que o conceito de gênero surgiu nos Estados Unidos para chamar a atenção às construções sociais a respeito de homens e mulheres, tanto que foi um termo emprestado da gramática, como já desenvolvemos em outro texto. Mas “gênero” de modo algum deve se limitar a descrever o que socialmente está dado sobre os homens e mulheres. É um conceito que, em primeira mão, questiona a própria noção de “homens” e “mulheres”.
Essa construção do masculino/feminino é marcada por algumas características: (1) envolve categorias relacionais e opostas, ou seja, só podemos falar de mulheres porque existem homens, e vice-versa; (2) envolve relações de poder.