Cultura De Cuba Matheus
Os povos indígenas vêm ocupando espaços em organismos internacionais, como a ONU, por meio da comissão de Direitos Humanos, dos grupos de trabalho e do Fórum Permanente da ONU para os Povos Indígenas. Tal movimentação pode ser encarada como parte do processo de libertação na América Latina, no qual seu povo originário tem readquirido o espaço que lhe foi privado desde os tempos coloniais.
Os habitantes do continente americano no período de seu descobrimento foram nomeados erroneamente de índios por Cristóvão Colombo, por acreditar que tivesse aportado nas Índias Orientais por um caminho alternativo.
Desses habitantes tem-se sempre duas imagens marcantes: de um lado, um povo guerreiro, que lutou arduamente contra o colonizador para se proteger, proteger o seu território e as suas riquezas da ambição exploratória mercantil europeia. Em virtude dessas batalhas, foi quase dizimado. E, de outro, um povo submisso e indolente, que em troca de alguns presentes aceitou a presença dos colonizadores em seu território, entregando-lhes suas riquezas e abraçando a cultura branca.
A destruição
Em ambas as imagens que se popularizaram no imaginário contemporâneo, há um componente comum: a quase extinção do povo indígena latino-americano, seja ela física ou etnocultural. No primeiro caso, a população indígena, predominante na região nos tempos da colonização, hoje representa cerca de 10% da população latino-americana. Encontra-se concentrada principalmente em cinco países: Bolívia, Equador, Guatemala, México e Peru. No segundo caso, os índios latino-americanos passaram por um processo de aculturação tão significativo que dificilmente pode-se falar hoje de etnias e culturas indígenas autênticas. Muito se perdeu de sua identidade com a eliminação de tribos inteiras e com a assimilação da cultura branca.
Em virtude da exploração colonial, os índios perderam suas terras, fonte de sua sobrevivência. Isso acarretou uma piora sensível da sua condição de vida, colocando-os