cultura Corporal
Pensando a corporeidade na prática pedagógica em educação física à luz do pensamento complexo1
Renato Bastos JOÃO*
Marcelo de BRITO* *
CDD. 20.ed. 153.42
*Centro Universitário de Brasília.
**Universidade de
Brasília.
Resumo
A corporeidade vem se constituindo num dos mais interessantes temas de reflexão na área de educação física. Busca-se, sobretudo no âmbito das idéias, superar a disjunção entre as dimensões que constituem o ser humano, influência advinda do paradigma mecanicista. Tarefa árdua, que em nossa interpretação, ainda não estreitou a relação teoria-prática.Nesse sentido, balizados pelo pensamento complexo de
Edgar Morin, nosso intento é a construção de uma pedagogia do movimento que contemple as várias dimensões do ser humano, ou seja, a sua unidade.
UNITERMOS: Pensamento complexo; Corporeidade; Paradigma mecanicista; Consciência corporal.
Introdução
Desde os anos 80, momento em que se instaurou uma crise de identidade na educação física, a problemática da corporeidade está entre os temas de discussão dos autores que buscam refletir e propor uma prática pedagógica em educação física não limitada aos princípios de um paradigma tecnicista e mecanicista.
As discussões envolvendo a problemática da corporeidade ensejam um conjunto de perspectivas teóricas que objetivam restabelecer a relação entre o corpo e a mente ou entre o sensível e o inteligível. Entendemos, desta forma, que a emergência do tema corporeidade apresenta-se como proposta para a superaração da visão mecanicista fragmentadora do princípio da unidade do ser humano. O movimento, neste sentido, passa a ser refletido numa visão que considera o inteligível/mente e o sensível/corpo como dimensões indissociáveis constituintes da unidade do ser humano.
No sentido de contribuir com novos rumos nesta temática, este trabalho tem o objetivo de apresentar uma reflexão acerca da corporeidade na prática pedagógica em educação física à luz do