Cubismo e Conceptismo
Observe o texto:
Nasce o Sol e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas e alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se a tristeza, Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza. A firmeza somente na inconstância.
(Gregorio de Matos - Inconstância das coisas do mundo!)
Gregorio transmitiu ao leitor a angustia do eu lirico, através da confusão dos sentindo das palavras, com o uso excessivo do paradoxo.
"O todo sem a parte não é o todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.
Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica todo."
(Gregório de Matos) - cultismo
O Conceptismo: Ao contrário do cultismo, o conceptismo foi marcado pelo jogo de ideias e conceitos, valorizando o texto através do raciocínio lógico. Usavam comparações explicitas, analógicas e até parábolas, para que o texto ficasse requintado.
"Mui grande é o vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito.
Essa razão me obriga a confiar
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar."
(Gregório de Matos) é usual a presença de elementos da lógica formal, como:
SILOGISMO: Dedução formal tal que, postas duas