Cuba sem Fidel
A discussão em torno de Fidel Castro e o governo regido por ele, com inspiração no modelo socialista soviético desde o final da década de 1950, a partir da Revolução Cubana, é presente desde o começo e agora tomou uma dimensão em torno da previsão do futuro no país maior e mais sombria com a renúncia do presidente em 2008.
O assunto cubano vai além das críticas boas ou ruins sobre o plano de governo cubano. De fato, Cuba é alvo de especulações, liada da União Soviética dentro da Guerra Fria, vista como um país ditatorial, sem liberdade de expressão; porém, seu planejamento social, como a educação e saúde obteve sucesso e a população cubana vive mesmo de forma limitada, de maneira igualitária e interessante. Obviamente, as críticas sobre a ilha são extremistas, havendo argumentos prós e contras o seu sistema socialista. Portanto, este texto é uma tentativa de reflexão sobre o governo de Fidel Castro e o impacto de todos os acontecimentos recentes no país e em sua população.
Analisando o texto, percebemos a grande influência soviética nas medidas cubanas para implantar o socialismo e por fim, solidificá-lo. A institucionalização foi uma forma de conseguir consolidar o socialismo, bem como a imagem de liderança revolucionária construída com a sua tomada de poder. Mais do que isso, é importante pensar em uma consciência coletiva da população, para conseguir a mobilização do apoio popular. Segundo o texto de José Maurício Dominguez, foi a partir de 1970 que o modelo soviético ganhou espaço. Desta maneira, percebemos que a construção do socialismo cubano foi estrutural a partir de construções sistemáticas e formalizadas, criando assim, uma teia de representações e burocracias, justamente para uma formação definitiva de governo, mesmo sem deixar de mão o voluntarismo. O autor mostra que esse processo construtivo, abrangendo todos os setores políticos, culminou com a Constituição de 1976, quando mostrou-se o interesse de democracia e soberania