Crônia Maluf
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Crônica MalufPor Gabriel Costa
Uma coisa não podemos negar, Maluf é bom no que faz. Quem se importa que ele seja procurado pela Interpol podendo ser preso em 181 países? Ou que foi preso pela polícia federal em 2005 sob denúncias de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crime contra o sistema financeiro? Quem realmente se importa que há dois anos atrás, empresas ligadas ao larápio tenham sido condenadas a devolver o irrisório valor de 56 milhões de reais aos cofres públicos de São Paulo? Quem se importa com as origens políticas dele? Como seu partido natal, o Arena, o partido da aliança nacional. O que é aliança nacional? Um pleonasmo para ditadura e regime militar. Quem se importa? O povo? A julgar pelos quase 500.000 votos que recebeu em 2010, quando se elegeu pela terceira vez a deputado federal; não.
Maluf é um bandido que o povo gosta, ele nem precisa se esconder, dizer que não fez isso ou aquilo, a gente se conforma com o: acusado sim, condenado não; que o ex-prefeito da maior cidade do país tantas vezes, impavidamente clamou.
Quanto carisma! Maluf desperta no brasileiro o dom do perdão. Com essa última, pela qual será investigado pelo Supremo Tribunal Federal sobre um caixa dois, já são seis eleições que Maluf vence. É como aquele amigo, que se senta à mesa do bar, se empanturra de petiscos, bebe sem parar e conta uma história pra nunca pagar a conta, mas mesmo assim nós amamos. Se isso é o que chamam de política aqui no Brasil, sim, Maluf é muito bom! Quanto deu dessa vez? 126,5 milhões? Pendura Maluf, que essa é por conta da casa!