Critica Manélud

CRÍTICA MANÉLUD
O olhar através do olhar
Michelle Perenyi EPN

Breno Rotatori mostra sua afetividade em relação a avó em seu trabalho “Manélud”. Transmitindo esse carinho e ternura que existem entre os avós e netos no Brasil. Breno mostra os dois lados de cada foto, uma registrada por ele mesmo, e outra por sua avó. É como se pudesse ver dois lados do mesmo momento, mas completamente distintos. O lado registrado por Bruno é quase sempre sua avó sozinha tentando apenas capturar momentos memoráveis em aniversários e reuniões familiares. Já o lado da avó, que não tem experiência nenhuma em fotografia, com apenas um flash registra momento espontâneos e muito felizes. Levando em consideração que a avó não detém técnica fotográfica e Breno é um profissional, a composição não seria completa se um não estivessem com total sincronia um com o outro.

O que gera muita atenção, é a qualidade das fotos. As registradas pela avó, provavelmente de uma câmera analógica, lembram os velhos tempos dos anos 80. Onde cada foto tinha um significado – já que não se podia ir tirando varias fotos ao mesmo tempo por cada rolo de filme só conter 24 fotos - portanto tinha que selecionar bem os momentos, prestar atenção para não sair desfocado, para só depois poder ver os resultados. Já as registradas por Breno, se consegue facilmente identificar que são tiradas por uma câmera digital e por alguém experiente. O que realmente surpreende, e que se demora um pouco para entender, são que os dois lados das fotos estão presentes ali no mesmo instante e no mesmo tempo. Em primeiro instante não se observa muito nexo entre as fotografias, parece que são fotos separadas tiradas em frente de um espelho. Mas conforme ir notando nas outras imagens, passa a se observar que as fotos na verdade se conectam e que registram o momento de registro da outra.

Até então avó e neto não estavam presentes em nenhuma fotografia juntos, o que é era um ponto fora da curva, pois todas as outras fotos um estava