Cristianismo
A comunidade de Jesus e dos primeiros cristãos, todos iguais, sem hierarquia ou burocracia, virou uma instituição jurídica feita nos moldes do Império Romano
Oponto de partida para escrever este artigo é o livro de S. Freud: “The Future of au ilusion” (Standard Ed.; 1970).
É um livro muito conhecido entre os estudiosos de Psicologia Social.
E o ponto de partida pode ser apresentado com uma observação a ser colhida no meio de todos os grupos sociais.
Com efeito, notamos que o desejo do prazer e da satisfação (que pode ser consciente ou inconsciente) constitui-se na finalidade de todas as ações humanas.
Todos os homens e todas as mulheres querem e buscam o máximo de felicidade.
Mas pelo fato de viverem em sociedades econômica e politicamente organizadas, muito raramente conseguem alcançá-la, pois sempre existem os direitos de terceiros, e assim ninguém pode satisfazer completamente todos os seus desejos.
Esses “t e rc e i ro s ” não são somente os concidadãos, com os quais seria até possível um entendimento, mas incluem, em primeiro lugar (ao menos nos países do terceiro mundo), todos os governantes, isto é, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, nos diferentes graus de dominação e, portanto, de “repressão psicológica”dos desejos pessoais.
Querendo ou não, a engrenagem social obriga o indivíduo a renunciar a muitas coisas. Todavia essa engrenagem social é de tal modo constituída que os que detêm o poder, sempre estabelecem uma recompensa para cada renúncia. Uma recompensa que é inofensiva para eles (que detêm o poder), mas é estruturada de tal forma que ela se torna uma satisfação para os súditos e, por isso mesmo, compensa a repressão.
Por exemplo, ser escolhido como “operário padrão”, ou simplesmente ser escolhido para receber uma honraria oficial qualquer (por exemplo, uma medalha) representa esse tipo de recompensa. E a quase totalidade das pessoas, caem, felizes, nessa armadilha!
Caem felizes, já que