Crise econômica mundial
Em agosto o pânico voltou aos mercados financeiros mundiais. Está cada vez mais evidente que as medidas tomadas para evitar um colapso da economia em 2008-2009 estão se esgotando e o remédio está se tornando um veneno que ameaça provocar um novo aprofundamento da crise econômica mundial.
Trilhões de dólares foram gastos para salvar o sistema financeiro e os bancos, junto com medidas para estimular as economias. Em alguns casos isso ajudou a criar um certo período de recuperação na economia. Para outras economias, como a brasileira, os enormes estímulos na China também ajudaram na recuperação.
Mas essa política gerou enormes déficits nas finanças públicas e a crise das dívidas privadas tornou-se a crise das dívidas públicas. Os casos mais graves foram as economias “periféricas” da zona do euro da União Europeia, como Grécia, Irlanda e Portugal, que tiveram que serem resgatados. Mas até mesmo a maior economia do mundo, os EUA, passa por déficits gigantescos e nos últimos quatro anos a dívida pública deu um salto de 55%.
A tendência dos últimos dois anos tem sido por isso de cortar os gastos públicos para conter os déficits e o crescimento das dívidas públicas. Mas isso está contribuindo para a forte desaceleração da economia, que atingiu os EUA e a zona do euro, incluindo a poderosa Alemanha. Nos últimos dois meses vimos uma convergência dos diferentes aspectos da crise, que desencadeou o nervosismo nos mercados.
EUA
Pelos terceiro ano consecutivo o déficit do orçamento federal dos EUA está na casa dos 10%. A dívida pública federal bateu alguns meses atrás no teto de US$ 14,3 trilhões (quase o tamanho do PIB), que é estabelecido por lei. A negociação do aumento do teto, que normalmente é uma formalidade, transformou-se em um embate político em que o presidente Obama se envolveu diretamente, contra a ala direitista do partido republicano. A ala mais fundamentalista, o chamado “Tea Party”, exigia enormes cortes nos setores sociais.