Crise da Independência

Síntese a respeito da Crise da Independência

A luta pela independência seria um momento da luta por um novo pacto colonial, o qual, garantindo o contato direto entre os produtores da América espanhola e aquela que se torna cada vez mais a nova metrópole econômica.
Tanto a hostilidade contra os peninsulares favorecidos na carreira administrativa, quanto à oposição a crescente centralização, era apenas um aspecto das reações provocadas na colônia pelo influxo crescente de uma metrópole em fase de renovação. Na América espanhola, a crise da independência é a consequência da desagregação do poder espanhol, iniciada por volta de 1795 e que depois assume um ritmo cada vez mais intenso.
A corrosão dos vínculos entre metrópole e colônias, no que se refere às relações administrativas, se fará sentir mais tardiamente do que no campo econômico, mas terá um ritmo bem mais rápido.
No colapso da ordem colonial, os verdadeiros pontos de dissídio eram as futuras relações da metrópole com as Índias e o lugar que nelas deveria caber aos peninsulares. Os dirigentes da Espanha após a Restauração não pareciam perceber as dificuldades da tarefa que, por obstinação, haviam assumido: restituir à Espanha e aos seus territórios de ultramar, e o antigo regime lhes pareciam um objetivo justo e facilmente alcançável. No México, ao contrário, a revolução fora inicialmente uma revolta de índios e mestiços, na qual só muitas décadas depois a nação independente, virá a reconhecer sua própria origem. A independência do Brasil fora conseguida sem luta digna desse nome, mas com todas as diferenças que derivam desse fato, além daquelas já existentes, no período anterior, entre América portuguesa e América espanhola; e, apesar disso, a história do Brasil independente foi agitada (às vezes com violência) pelos mesmos problemas de fundo existentes nos novos Estados da América espanhola. Embora a aproximação fosse bem maior que no resto da América Latina, inexistia aqui o predomínio de uma nova