Crimes e utopias do terceiro reich
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Maria Luiza Tucci Carneiro
Um instigante ponto de partida para introduzirmos o tema do Holocausto nas salas de aula é o de perguntarmos aos nossos jovens alunos como eles idealizam a sociedade brasileira
? O que eles fariam para conquistar a felicidade coletiva? Importante lembrar que todo cidadão tem direito a rebelião frente aos atos de atropelo à cidadania. Todos nós temos direito de sonhar; sonhar com um mundo melhor, mais justo, onde se dê atenção prioritária às necessidades dos grupos sociais discriminados, como os negros, os indígenas, os moradores de rua, os sem-teto, os pobres de uma forma geral. No entanto, este é um longo e árduo processo de construção que, na prática, exige a formação de uma consciência histórica e a formulação de políticas públicas direcionadas para o combate à intolerância. Cabe ao educador enfatizar que as nossas teorias devem ser traduzidas em atitudes e comportamentos que caracterizem uma determinada maneira de pensar e de agir em prol dos D ireitos
Humanos. Neste caso, além de sonhar devemos também atuar de forma a interferir na realidade social combatendo as injustiças que, a cada minuto, libera odores de malignidade instigando o ódio e o racismo, que tantos estragos causam à Humanidade.
Imagem do fanatismo: a adesão por uma sociedade ariana, purificada, 1933.
Arquivo Yad Vashem. Israel
Enquanto educadores, não podemos deixar que nossos jovens fiquem vulneráveis às versões deturpadas da História; enquanto instituições promotoras do saber, as escolas, por sua vez -- muito além de transmitir conhecimentos, idéias e valores -- devem formar cidadãos críticos e conscientes do seu papel enquanto agentes sociais. Neste processo de construção da
História e da Memória, tanto o Estado, assim como qualquer cidadão, têm um compromisso com a liberdade e a justiça social. Se queremos mudar para melhor, temos que avaliar nosso passado para, com base nas experiências vividas,