Criação da terra
Os componentes metálicos, mais pesados, se dirigiram para o interior do corpo, enquanto os mais leves (como hidrogênio e hélio), que devem ter formado a atmosfera primordial, provavelmente escaparam para o espaço sideral. Nesse primeiro estágio de desenvolvimento terrestre, o calor era gerado por três possíveis fenômenos: a desintegração de isótopos radioativos de vida curta; a energia gravitacional liberada pela submersão dos metais; ou o impacto de pequenos corpos planetários (planetesimais). O aumento de temperatura foi suficiente para aquecer todo o planeta. Com isso, o núcleo começou a se fundir e foram produzidos líquidos gravitacionalmente leves, que atingiram a superfície e se cristalizaram, formando a primeira crosta terrestre.
Ao mesmo tempo, líquidos mais pesados, ricos em ferro, níquel e provavelmente enxofre, se separaram e mergulharam, sob a ação da gravidade, em direção ao núcleo da Terra. Os elementos voláteis mais leves do interior do planeta puderam então ascender e escapar, provavelmente durante erupções vulcânicas, e geraram a atmosfera secundária e os oceanos (essa foi a chamada fase de diferenciação). Provavelmente instável, a primeira crosta terrestre afundou. Esse processo gerou mais energia gravitacional, o que permitiu formar uma crosta mais espessa, estável e duradoura. Como o interior da Terra era quente e líquido, acredita-se que esteve sujeito a uma convecção em grande escala, o que pode ter possibilitado a formação da crosta oceânica, acima das correntes de convecção ascendentes.