Crack
Além da abertura dos portos, a presença da família real gerou uma maior dinâmica urbana, como aumento de subatividades, característica que permanece no Rio de Janeiro até os dias de hoje. Pode-se dizer que um dos momentos cruciais para a ocupação do Rio foi à abolição da escravatura em 1888. Esse momento histórico agravou a crise da produção cafeeira no Brasil, a massa populacional aumenta consideravelmente, do campo para as cidades.
Além disso, a Lei Áurea criou instantaneamente uma imensa massa de desempregados miseráveis, analfabetos e sem qualquer capacitação profissional. Foram esses novos desempregados que começaram a se amontoar no Centro do Rio ao longo da segunda metade do século XIX. Naturalmente, a demanda por moradia e emprego era muito maior que a oferta, restando a essa massa o improviso. O Rio de Janeiro, então uma cidade que acumulava as funções administrativa e portuária, foi vendo as ruas estreitas e tortas de seu centro antigo lotarem de cortiços. Sob o argumento da higienização da cidade do Rio – higienização que de fato houve – a gestão Pereira Passos em quatro anos deu sequência a um plano que já havia sido iniciado anos antes com a derrubada de alguns cortiços (como o célebre Cabeça-de-Porco). Nesse período inúmeros moradores do Centro receberam ordens de despejo, e seus cortiços foram postos abaixo para a construção de avenidas, praças e novos edifícios. Com as obras de