Coulomb
16/04/2011
Século XVII. Homens como Galileu, Pascal, Descartes, Huygens e, sobretudo, Newton encarregam-se da difícil tarefa de enterrar os dogmas da doutrina escolástica e desenvolver os métodos de investigação e raciocínio sobre os quais se assentaria a ciência moderna.
Essa revolução científica - que se desenrolou até os inícios do século seguinte - atingiu principalmente os campos da mecânica e da ótica. Foi nesses ramos da física que surgiram obras de importância máxima, desde logo tomadas como modelos de análise experimental e indução teórica.
Entretanto, os progressos nos domínios da eletricidade e do magnetismo manter-se-iam ainda muito lentos durante algumas dezenas de anos. É somente no final do século XVIII que a introdução de medidas quantitativas consegue encaixar a eletricidade e o magnetismo no quadro da "ciência newtoniana".
Diversas foram as razões apontadas para esse atraso, em relação à mecânica e também à ótica. Entre elas, a dificuldade de se realizarem experiências eletrostáticas e a complexidade das interações entre ímãs. Um outro motivo foi a persistência das imagens herdadas dos antigos, imagens essas puramente qualitativas e, em geral, falsas.
Na mudança radical operada na abordagem da eletricidade e do magnetismo, desempenharam um papel decisivo Franklin, Cavendish e, principalmente, Coulomb. O primeiro definira a carga elétrica - ou quantidade de eletricidade - mas não foi capaz de medi-la. É com Cavendish que se inicia o salto do qualitativo para o quantitativo. Coube a Coulomb completar esse salto.
Sobre Coulomb, Maxwell comenta: "É notável que nenhuma das experiências de Coulomb coincida com uma experiência de Cavendish. O método de Coulomb pertence-lhe inteiramente. . ."
Entretanto, da mesma forma que Cavendish, Coulomb domina plenamente os métodos positivos que alguns sucessores de Newton tiveram tanta dificuldade em aplicar. É, ao mesmo tempo, hábil experimentador e