CORRENTES DA TEORIA LITERÁRIA
Uma dúvida incomoda há séculos os estudiosos das belas-letras: o que é, de fato, Literatura? Em um aspecto amplo, pode-se definir a Literatura como uma espécie de busca da Verdade. Há outra armadilha aqui: O que seria a Verdade?
Em um estudo da obra literária, a busca da Verdade será definida aqui como a representação da realidade nos processos de construção da poesia e prosa. Esta realidade, ou melhor, a cópia desta realidade, transforma-se em sentido meramente plagiador ou que de fato se copia é o mundo interior daquele que narra?
Para que esta questão seja elucidada ou, no mínimo, investigada, torna-se necessário entender o que é esta cópia. Os gregos a chamavam de mimesis; e esta possui definições muito diferentes em Platão e Aristóteles.
A MIMESIS PARA PLATÃO E ARISTÓTELES
A MIMESIS PARA PLATÃO
Para Platão, a literatura seria a imitação da realidade. Segundo ele, a literatura é a imitação da imitação. Ela faz passar a cópia por original e afasta a verdade. Platão entende como verdadeira apenas a narrativa simples, que fala sempre por si mesma e como ela mesma. Segundo Platão, a diegesis (realidade da própria narrativa) é o oposto da mimesis.
O conceito de mimesis vem desde a Grécia Antiga, utilizado por Platão e Aristóteles de maneira diversa, oposta. É este conceito que baliza – com mais ou menos importância – as teorias de análise das obras literárias através dos tempos mais remotos. Em uma definição de sentido lato, mimesis, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é a forma da palavra mimese e tem o sentido de imitação ipsis litteris da realidade.
Platão usa o conceito de mimesis em duas obras: o Sofista e A República. Em Sofista, Platão explica que as artes produtivas são divididas em artes divinas e humanas e, além disso, há outro tipo de arte que não produz originais, apenas cópias.
Em A República, mais precisamente no capítulo II, há um diálogo entre Sócrates (personagem central da obra platônica) e