CORONELISMO

1416 palavras 6 páginas
CORONELISMO, ENXADA E VOTO – Victor Nunes
Leal
Resumo de Rafael Nachtigall de Lima
O termo “coronel” vem da extinta guarda nacional imperial, que lutou nas guerras do prata, do Uruguai e do Paraguai entre os anos de 1851 e 1870, tendo tornadose meramente decorativo depois disso e abolido na República Velha. No Império cada município possuía um regimento da guarda nacional, o posto de “coronel” era ao chefe político deste município, que normalmente era o mais rico comerciante, industrial ou fazendeiro. O termo é, nos dias da publicação, ainda utilizado para identificar aqueles que mandavam na política local.
Podemos entender a influência social desses “coronéis” fazendo referencia à estrutura agrária do país. “O “coronelismo” é, sobretudo, um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido e a decadente influência social dos chefes locais” (p.20). O poder desses fazendeiros e a sua importância para o poder público se dão pela forma de representação proporcional e a então recente ampliação do sufrágio, porque “o governo não pode prescindir do eleitorado rural, cuja situação de independência ainda é incontestável” (p.20).
Os chefes políticos que não são “coronéis” são ligados a essa classe de gente.
Mas “qualquer que seja, entretanto, o chefe municipal, o elemento primário desse tipo de liderança é o “coronel” que comanda discricionariamente um lote considerável de votos de cabresto” (p.23). Ele exerce uma ampla jurisdição e poderes de polícia sobre seus dependentes. A sua qualidade de proprietário rural faz com que ele seja considerado rico por esse povo sertanejo sofrido, justamente por ter acesso à educação, boa alimentação, saneamento básico e outros “luxos” que não chegam às camadas populares do campo. Essa falta de estrutura é “remediada” pelo “coronel” que passa a ser visto como um benfeitor, sendo “dele, na verdade, que recebe os únicos favores que sua obscura existência conhece. Em sua situação, seria ilusório

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