Cordel sobre o livro Tenda dos milagres
A história de um homem
Que só queria ajudar
Seu nome era Pedro, Pedro Arcanjo
Mestiço, pobre e também um amante
Amante do seu povo
Da Bahia do badauê
Do axé da mulata do swing do balachochê
Por muitos foi criticado
Quando falou do racismo
Foi até vaiado
Pelos branquelos da burguesia
Que se inflam de pose
E me enche de Ásia
Mas ele era apenas mais um jovem
Um Bedel da faculdade de medicina da Bahia
Que nos seus livros
Tentava plantar sua ideologia
Mas na cabeça desses senhores
Que não cansam de fazer pose
Ele era apenas mais um neguinho
Que tentava sair do closet
Mas o que esses posudos senhores
Não acreditavam
É que em suas veias
Também corria o sangue
Dos neguinhos da Bahia
Mas como todo bom autor
Só após da sua morte
Suas obras irão se impor
Mas mesmo assim
Até hoje meu queridim
Quem é do batuque e do tambor
É com o dedão pra baixo
É o cenho apertado
Que criticamos sem pudor
No Livro tenda dos milagres
Jorge Amado representa
A violência dos brancos
Que extinguir a origem africana tenta.
O livro é grito contra o preconceito racial e religioso
Mostra a luta de uma mistura de raças com um desejo impetuoso.
O cenário é a cidade de salvador
Mostra Pedro arcanjo e o povo do pelô
Lá, por onde você passe
Sempre escuta um berimbau, um ganzá, um pandeiro ou um atabaque.
Uma verdadeira mistura
Tem mestres de capoeira, professores, gente do candomblé, boêmios e doutores.
Os berimbaus comandam os golpes dos pretos cansados , que retornam de um exausto dia de trabalho
onde em todos as partes homens e mulheres trabalham ervas, raízes, madeiras misturam ritmos e passos e nessa mistura criaram uma nova cor, um novo som imagem nova e original idealizado por um sujeito bom
Amigo de Arcanjo
O mulato tem malícia
É o lídio corró
Esse sim é um artista
Um apaixonado por sua gente E um riscador de milagre
Usa olés e tintas pra fazer belas