Coração bate no compasso da serenata
As cenas são centenárias, mas não há quem não sonhe ser mocinha ou mocinho que cruzam olhares no embalo de uma serenata, que tenham nos olhos o reflexo da chama amarela das velas sobre a mesa de jantar e que, emocionados, molhem o sorriso com lágrimas na entrega da rosa. O comportamento parece ridículo, mas também não há quem não sonhe em ficar sentado horas esperando o telefone tocar para depois relembrar palavra por palavra dada do outro lado da linha; escrever frases bregas no cartãozinho mais brega ainda, e achar um exemplo de bom gosto e originalidade; ficar sem fome ou comer demais; ouvir música melosa sem descanso e perder o maior tempo imaginando os passos do outro. Não há quem não queira ser o motivo da “loucura” e da inspiração, mesmo desastrada, para o versinho que vem assinado pelo Chuchu, pelo Fofo ou pela Gatinha, apelidos que fazem o resto do mundo cair na gargalhada e ele (a) se sentir realmente fofo, um chuchu ou uma gatinha. Os últimos românticos ganharam milhões de companheiros. O romantismo sobreviveu a todas as formas de revoluções de comportamento. Ele pode ter emprestado as vestes da modernidade, mas, despido, ainda tem as velhas formas que emocionam todas as gerações. Não há como negar. Não há quem não queira ser o te do Eu te amo.
Guerreiro. Márcia.
O Estado de S. Paulo, 12 de junho.1994.
ESTUDO DE TEXTO
Compreensão
1- No primeiro parágrafo, o autor do texto cita três hábitos que identificam o comportamento romântico. Quais?
Cruzar os olhares no embalo de uma serenata, jantar á luz de velas, chorar e sorrir ao receber uma rosa.
2- No segundo parágrafo, citam-se outras atitudes que expressam romantismo. Duas delas configuram uma antítese. Quais?
Ficar com fome ou comer demais.
3- No terceiro parágrafo afirma-se que é mais importante: (b) a- ser autor de versinhos para o outro. b- ser inspirador de versinhos assinados pelo outro.
4- resuma, com suas próprias