convergencias e divergencias da psicologia
Como disse Garcia Roza, a psicologia é um espaço de dispersão do saber. A ocupação do espaço psicológico pelas teorias e sistemas não se dá de forma una e integrada, mas também não é avulsa nem desconectada.
Quando falta uma compreensão mais abrangente e profunda sobre o espaço de dispersão, o psicólogo apresenta duas reações típicas. O psicólogo se tranca em meio a suas crenças e conceitos e se recusa a escutar qualquer coisa que poderia contestá-las. Ou, o psicólogo adota todas as crenças, métodos, técnicas e instrumentos disponíveis e que lhe parece ser necessário para enfrentar a prática. O que ambas tem em comum é a capacidade de bloquear o acesso a experiência.
"A prisão do senso comum é mais invisível exatamente porque é a mais próxima e envolvente, mas ela é, tal como a do dogmatismo, um limite e um bloqueio. De fato, seja enclausurado dogmaticamente na sua teoria ou ingenuamente enclausurado no senso comum o psicólogo que cede a tentação de escapar da angústia através dessas formas bastardas de unificação perde a capacidade de experimentar. O que é experimentar, efetivamente, senão entrar em contato com a alteridade?" (pág. 19)
Martin Heidegger, grande pensador do século XX, enfatiza que experimentar é deixar-se fazer outro no encontro com outro, ou seja, só há experiência onde há diferença e onde novas diferenças são engendradas.
O autor declara haver outras maneiras de enfrentar a dispersão do espaço psi e ele chama de movimentos construtivos aqueles que implicam em investir na produção do conhecimento, onde é necessário abandonar a idéia de que a psicologia “aplicada” seja a mera aplicação de um conhecimento cientifico já constituído. Porem, para que esse conhecimento construtivo possa se efetivar é necessário conservar aberto o lugar para a experiência, a alteridade, a negatividade e a transformação. Já os movimentos reflexivos devem considerar duas