Convenções e transcrição fonética
Na grafia de qualquer língua, a relação entre o som e a letra (o símbolo que representa convencionalmente o som) não é biunívoca, ou seja, a uma letra não corresponde sempre o mesmo som e um som não é representado sempre pela mesma letra. Por outro lado, num determinado alfabeto (como o latino, p.ex. que é o utilizado por muitas línguas como as românicas e as germânicas) a mesma letra pode corresponder a sons diferentes em diferentes línguas. Esta variação, decorrente de diversos factores entre os quais se inclui a relação entre os sons no interior de uma palavra, levou à criação de alfabetos fonéticos que permitem descrever de forma não ambígua o contínuo sonoro e possibilitam, a quem não conheça determinada língua, saber como se pronunciam os sons de uma palavra quando transcritos foneticamente. O sistema de transcrição fonética mais usado é o Alfabeto Fonético Internacional (AFI), criado em 1888 pela Associação Internacional de Fonética. Nesta apresentação utilizamos o AFI de acordo com a sua última actualização, datada de 1996. O Alfabeto Fonético é constituído por símbolos que representam os sons básicos mais frequentes nas línguas do mundo (como as consoantes [p] ou [f], ou a vogal [a]) e por sinais diacríticos que acrescentam aos símbolos informação sobre aspectos complementares (como o til, [~], sobre a vogal para indicar a nasalidade – [õ] – ou o diacrítico ['] que, neste texto, precede a sílaba em que está a vogal acentuada – ['pa]).
O conjunto de sons da norma-padrão do Português Europeu e a sua representação com os símbolos do AFI constituem três grupos: vogais orais e vogais nasais, semivogais orais e nasais (o segundo elemento de um ditongo) econsoantes. Os exemplos são, sempre que possível, palavras monossilábicas cuja pronúncia se pode ouvir.
Vogais Orais
[i] vi ['vi]
[e] vê ['ve]
[ɛ] pé ['pɛ]
[a] pá ['pa]
[ɐ] para [pɐɾɐ]
[ɛ] de [ɔ] sol ['sɔl]
[o] pôr, sou