Contribuição dos indios negros e brancos na arte
Afinal, quando se fala de "brancos", é preciso considerar não apenas os portugueses (a chamada "matriz portuguesa") mas também os imigrantes italianos, espanhóis, alemães, poloneses, ucranianos, holandeses, sírios, libaneses, dentre outras nacionalidades). Muitos destes imigrantes chegaram ao Brasil a partir da segunda metade do século XIX e, já no princípio do século XX, mais precisamente a partir de 1908, esse fluxo imigratório ganhou uma dimensão ainda maior com a vinda dos japoneses. Mais tarde, outros grupos asiáticos, como coreanos e chineses, também emigraram para o Brasil.
O vocábulo "negro" também é uma generalização que camufla a enorme multiplicidade étnico-linguística e cultural dos africanos que foram trazidos e se estabeleceram em determinadas regiões do território brasileiro no contexto do tráfico atlântico.
Se há alguns anos era comum fazer referência à "contribuição dos africanos na formação sociocultural brasileira", destacando-se, quase sempre a capoeira, o samba e a culinária, na atualidade, tal "legado" é muito questionado, uma vez que simplifica e banaliza a complexidade da história da cultura, relegando à etnia negra apenas um papel secundário em torno do eixo eurocêntrico.
Em algumas áreas, como no polo açucareiro de Salvador, por exemplo, a presença africana e dos afrodescendentes foi tão expressiva que alguns autores sugerem que houve "uma contribuição portuguesa", num processo de africanização sociocultural.O mesmo raciocínio também se aplica aos "índios" e às suas "contribuições" (hábito de dormir na rede, tomar banho de rio, culinária, etc.). É preciso considerar que, em 1500, eles eram aproximadamente cinco milhões de indivíduos e que, em termos linguísticos, podiam ser agrupados em dois grandes troncos, o macro-jê