Contratar Amigos
A auto-estima é reconhecida como fundamental para o aprendizado e para o desenvolvimento das crianças. No entanto, para estudantes de etnias discriminadas, a auto-estima é fortemente problematizada. Além da cor da pele e das características físicas, sua cultura, sua organização familiar, sua linguagem, suas predileções no campo da música e até da culinária, via de regra, são preconceituosamente rotuladas pela sociedade como “inferiores”, ou, no mínimo, com eufemismos como “incultas, populares, folclóricas”, etc. Desta forma, se constrói uma identidade sócio-cultural que contém uma profunda perversidade: a criança logo “aprende” que pertence a um grupo social específico, mas “inferior”. E esta “inferioridade” parece se confirmar quando a criança não consegue compreender a “linguagem cultural” da Escola, construída distante de sua realidade.
A Escola não pode desvincular-se totalmente de sua linguagem, até porque boa parte desta tem a função de transmitir novos conhecimentos, conteúdos e visões de mundo para os alunos. No entanto, pode assumir a postura generosa de acolher as culturas discriminadas, valorizando-as como importantes manifestações do espírito humano, como de fato o são e, desta forma, se aproximando das linguagens do aluno e – ela também –aprendendo.
A simples inclusão de programas que valorizem a cultura destas crianças tem efeito positivo imediato sobre sua auto-estima e cria um ambiente de aproximação entre as duas culturas que devem dialogar: a do aluno e a da Escola. Assim, a evolução de tais atividades favorece o desenvolvimento das crianças, não só nas artes específicas que estiverem sendo trabalhadas, mas também na sua capacidade de dialogar com a Escola e, portanto, de assimilar os conteúdos curriculares. Afinal, é diferente falar com quem claramente demonstra que te respeita ou com quem seguidamente informa que te considera inferior.
Frise-se, além disto, que tais atividades, por terem proximidade