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Se a decisão de proclamar a independência pode parecer, num primeiro momento, como algo impulsivo, é na verdade consequência de uma série de fatores políticos e econômicos, externos e internos, que agravavam gradativamente as tensões no Brasil desde o final do século XVIII. Movimentos externos ao Brasil como a Revolução Francesa (1789-1799), a independência dos Estados Unidos da América (4 de julho de 1776) e do Haiti (1º de janeiro de 1804) serviram como inspiração para revoltas internas como a Conjuração Mineira em 1789, a Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates) em 1798 e a Revolução Pernambucana de 1817.
A rejeição ao absolutismo monárquico e ao colonialismo aumentava internacionalmente e dentro doBrasil. O crescimento do livre comércio induzia a um clima contrário às vantagens econômicas dos portugueses e ao excesso de impostos. A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, ocasionou a elevação do território à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves,proporcionando maiores relações comerciais e diplomáticas com nações estrangeiras, permitindo aos brasileiros uma autonomia política e econômica que até então não possuíam e da qual não permitiriamdiminuição.
A dinâmica da independência do Brasil
Em 9 de dezembro de 1821, emissários chegaram de Portugal com ordens para que D. Pedro voltasse imediatamente à Corte, determinando ainda o fechamento de tribunais e departamentos administrativos, o que resultaria na demissão de aproximadamente 2000 pessoas que viviam da burocracia no Reino do Brasil. Os magistrados ameaçados em seus empregos se tornaram exaltados patriotas favoráveis à independência, influenciando através de seu prestígio pessoas na imprensa e em cargos políticos que dependiam de seus favores.
A partir de então, jornais se pronunciaram, cartas e abaixo-assinados chegaram de diversos pontos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais pedindo a permanência de D. Pedro no Brasil.