CONTEXTUALIZAÇÃO DE AUTOBIOGRAFIA E SUAS DEFINIÇÕES
FABIO TAKESHI SATO
CONTEXTUALIZAÇÃO DE AUTOBIOGRAFIA E SUAS DEFINIÇÕES
Curitiba
2008
Observa-se uma forte tendência, nas últimas décadas, do gosto extremado pela literatura biográfica e autobiográfica. Sejam celebridades, ou aqueles que têm se destacado na vida pública ou política, escritores, acadêmicos ou não, a autobiografia é escrita por uma pessoa real, que narra a sua existência retrospectiva.
Muitas vezes surge a ocasião apropriada, na qual o relato é o testemunho fiel dos acontecimentos vividos. Este é um momento que permite a concentração no mais íntimo dos pensamentos, entrando no nível do ser - que é o estado essencial da alma - para a recuperação dos fatos, com a maior exatidão possível.
Entretanto, não basta que o relato da intimidade de uma pessoa, num livro, seja o suficiente para classificá-lo como uma autobiografia. Existem alguns pontos básicos que irão determinar este estilo, no qual deve existir preponderantemente uma síntese do próprio indivíduo, que evidencie um retrato de sua própria personalidade.
Lejeune questiona a possibilidade de se definir a autobiografia. Ao tentar fazê-lo em um de seus livros – A autobiografia na França – sua definição deixou de lado certos problemas teóricos. Na perspectiva de afinar mais sua definição, precisando-a melhor, ele tratou de encontrar critérios mais estreitos.
Lejeune descreve que, na busca da precisão, tropeçou com as discussões clássicas que o gênero autobiográfico suscita: são as razões entre a biografia e a autobiografia, entre o romance e a biografia.
Movido pela tentativa de definir autobiografia pelas oposições entre os diferentes textos, que normalmente nos são propostos para leitura, Lejeune passou a defini-la desta forma: ¨Autobiografia é o relato retrospectivo em prosa que uma pessoa real faz de sua própria existência, com ênfase em sua vida individual e, em particular, na história de sua personalidade”.
Desta forma,