contecto social das primeiras civilizações brasileiras

Contexto Social Entende-se que a ideia de infância pode ser diferente em culturas ou sociedades distintas, ou até mesmo não existir, como Cohn (2005) comprova em seu estudo sobre crianças indígenas no Brasil. Ao contrário de nossa conduta social que não inclui as crianças em atos decisórios, as crianças indígenas são elementos-chave na socialização e na interação de grupos sociais e os adultos reconhecem nelas potencial, assim, as permitem ocupar espaços de sujeitos plenos e produtores de sociabilidade, a produção física de indivíduos se coloca em um quadro voltado para a produção social. Nas sociedades tribais, o lado público se configura “como instrumento de uma relação complementar com a realidade social”. Assim, para entendermos a acepção de “pessoa” temos que aprender também todo esse cuidado que envolve a formação da pessoa – no caso dos indígenas, as superstições, crendices na gravidez e nascimentos, as cerimônias para escolha do nome da criança, a comunicação por sonhos, os mitos e lendas, as diversas formas de aprendizagem. Como se vê, tudo fundamentado no que passa pelo corpo, no que entra ou sai dele. Desta forma, as noções ligadas à corporalidade e construção da pessoa são dependentes.
Assim, pesquisadores demonstram em seus relatos sobre as sociedades indígenas que quase toda a educação é uma educação pelos corpos. Nesse sentido, pode-se expor o relato de Cohn (2000) sobre as crianças Kayapó-Xikrin que, assim como outras tribos, dão valor aos sentidos na comunicação e aprendizagem. Os autores Seeger, DaMatta e Viveiros de Castro (1979) demonstram que “o corpo é uma matriz de símbolos e um objeto de pensamento”. E nas sociedades indígenas do Brasil, esta razão ocupa posição organizadora central onde a fabricação, decoração, transformação e destruição dos corpos são temas em torno dos quais giram as mitologias, a vida cerimonial e a organização social.

Referências bibliográficas
AS TRIBOS indígenas do Estado do Amazonas.