Contabilidade
IÇAR AS VELAS DA FÉ, NA BARCA DA IGREJA…
(DA QUARESMA À PÁSCOA)
… PARA NAVEGAR AO SOPRO DO ESPÍRITO SANTO!
(DA PÁSCOA AO PENTECOSTES)
Uma proposta de trabalho de:
Pe. Amaro Gonçalo, Pe. Artur Moreira, Pe. José Araújo, com sugestões dos padres da Vigararia de Matosinhos
FÉ DE MARINHEIRO
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar
Miguel Torga
INTRODUÇÃO
IÇAR AS VELAS DA NOSSA FÉ…NA BARCA DA IGREJA…
(da Quaresma à Páscoa)
“Içar as velas” é, segundo parece, uma expressão traduzida do francês “hisser le foc”. Mas esta mesma expressão parece ter surgido de uma tradução, por via oral ou popular, do árabe “ézz al fog” que significaria “puxar para cima”. A ordem náutica, em língua árabe, foi tomada, por assim dizer, à letra do ouvido, pelos nossos europeus, e deu “ al fog”, isto é, «ao fogo» ou, em português, «à vela».
Esta ingénua associação fonética entre “as velas” de uma barca, que se içam, para que esta avance ao sopro do vento, e “as velas” de cera, que acendemos, por exemplo, no fogo do círio pascal (na celebração do batismo, na profissão de fé e na noite de páscoa), vem-nos mesmo a calhar, para o propósito espiritual que nos guia, da Quaresma à Páscoa, neste Ano da Fé: “um tempo precioso, para reavivar a fé em Jesus Cristo” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma 2013, n.4)1.
No fundo, toda a Quaresma, que se inicia, a partir das «cinzas», quer levar-nos a «reacender» a chama da nossa fé, que simbolicamente exprimimos, na Liturgia, com o